EmMeio#17.0

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Trivakra

Um corpo infantil assinalado enquanto esqueleticamente desviante precisa escapar das amarras materiais de um colete ortopédico que opera à serviço da coerção postural médica. As memórias dessa criança, marcadas pela normatividade de gênero, é reconfigurada através de ritos travesti de hormonização coletiva. A seringa jorrante corrói as tecnologias de correção e de norma, que são confrontadas pela afirmação dos desvios aberrantes materializados na produção de falhas na imagem e no corpo. A identidade é remodelada através da transmutação molecular em composição com a máquina. Softwares de rastreio de movimento e reconhecimento facial são bagunçados quando postos em contato com membranas não passíveis de serem reconhecidas enquanto humanas: resquícios de vísceras, de pele, de órgãos mínimos e irreconhecíveis. A ruptura com a identidade colonial cisgênero e seu caráter de imutabilidade vigente. Carne e vídeo se fundem em uma fusão erótica de abstrações corporificadas e incapturável pelo olhar normativo para reconhecer formas humanas a partir de uma falsa universalidade. Qual a porção mínima de pele para um rosto ser um rosto? Qual o fragmento mínimo de um órgão para ser lido enquanto feminino ou masculino? Qual o espaço mínimo entre as moléculas da imagem e as moléculas do meu corpo? Quais as fronteiras entre a minha identidade e a identidade da máquina? Gravado com microscópios digitais e webcams de baixa resolução, as imagens foram manipuladas em tempo-real em softwares de transmissão e retroalimentação de imagem, onde as superfícies do vídeo e da pele se contaminam em direção à uma homeostase cibernética.

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